O que é Avivamento? Texto 1

6 05 2010

Avivamento é, simplesmente, aquele momento  quando Deus se manifesta diretamente no meio  dos homens; quando Ele ‘rasga os Ceús e desce’  (Isaías 64:1). Wesley Duewel, no seu livro “O Fogo  de Reavivamento” descreve o avivamento assim:

A presença e o poder de Deus operam de forma tão poderosa e intensa durante o reavivamento, que   Ele realiza mais em horas ou dias do que em anos  de ministério fiel onde não há reavivamento… Durante o reavivamento, as pessoas se movem em direção a Cristo, pessoas que não podem ser movidas de qualquer outra forma. Muitas orações que não foram respondidas durante anos são gloriosamente respondidas. A atmosfera freqüentemente fica cheia do poder majestoso de Deus. Os cristãos reconhecem isso com a presença santa de Deus. Os pecadores têm uma percepção reverente da presença de Deus e de sua própria pecaminosidade.
Deus pode revelar a Sua presença de maneiras inesperadas. Ocorrências surpreendentes podem acompanhar Sua obra profunda na alma. Pode haver uma tal sensação da presença e do poder divino que alguns indivíduos tremem. Outros podem chorar diante de Deus; alguns caem ao chão por se sentirem fisicamente enfraquecidos. Outros podem sentir-se quase irresistivelmente atraídos a comparecer aos cultos de reavivamento ou a reunirem-se antes de algum culto ser anunciado.

O resultado do verdadeiro avivamento sempre tem um impacto na sociedade. Historiadores como William Lecky disseram que o avivamento liderado pelo John Wesley no século dezoito ajudou a Inglaterra evitar uma revolução sangrenta como aquela que assolou a França. Muitos avivamentos, como aqueles no país de Gales em 1905, Zaire em 1976 e Pensacola – Florida (EUA) em 1995, causaram uma diminuição perceptível nos índices de criminalidade nas suas comunidades. Outros avivamentos, como o Exército da Salvação liderado pelo William Booth no século 19, contribuíram com avanços sociais como a abolição do trabalho infantil e a prostituição infantil da Inglaterra, e inspiraram outros pioneiros como o Dr Thomas Barnado que trabalhou com as crianças de rua de Londres, resolvendo completamente o problema durante a sua vida.

John White, no seu livro “Quando o Espírito Vem com Poder” (ABU Editora, 1998) escreveu:

…O que temos chamado de avivamento pelos últimos trezentos anos representa um trabalho incomum do Espírito Santo, com as seguintes características:
1. Homens, mulheres e crianças, convertidos e não-convertidos, tomados por uma visão, tanto da santidade de Deus como da sua misericórdia, são despertados em grande número para o arrependimento, para a fé e para a adoração.
2. O poder de Deus é manifestado em vidas humanas de forma que as leis da psicologia e da sociologia não conseguem explicar adequadamente.
3. A comunidade como um todo torna-se consciente do que está acontecendo, muitos entendendo o movimento com uma ameaça a instituições existentes.
4. Alguns homens e mulheres exibem comportamentos físicos e emocionais fora do comum, que criam controvérsia, e que podem tornar-se ofensivos para os que se opõem ao avivamento e uma armadilha para os que o apóiam.
5. Alguns crentes avivados comportam-se de maneira impulsiva e imatura, e outros caem em pecado. Dessa forma o avivamento parece ser uma estranha mistura de influências de Deus com as que não vêm de Deus, e de exibições do poder de Deus e da fraqueza humana.
6. Onde quer que o avivamento atinja proporções suficientes para causar um impacto nacional, reformas sociopolíticas são perpetradas no século seguinte. Dessa forma o reino de Cristo começa a ser exercitado sobre males de opressão e injustiça.

O seguinte foi escrito por Frank Bartleman, no dia 16 de novembro de 1905, apenas cinco meses antes do avivamento da Rua Azusa começar em Los Angeles, Califórnia (EUA):

A correnteza do avivamento está passando pela nossa porta. Será que nos nós jogaremos no seu seio, sendo conduzidos para gloriosa vitória? Um ano de vida neste momento, com suas maravilhosas possibilidades para Deus, vale mais que cem anos de vida normal. O Pentecoste está batendo às nossas portas. O avivamento para nosso país não é mais uma dúvida. Vagarosa, mas seguramente, a maré tem subido e, no futuro bem próximo, haverá um dilúvio de salvações que arrasará tudo antes de nós. O país de Gales não ficará sozinho neste triunfo glorioso para nosso Cristo. O espírito de avivamento está chegando, dirigido pelo sopro de Deus, o Espírito Santo. As nuvens estão se juntando rapidamente, carregadas com uma poderosa chuva, cuja precipitação demorará apenas um pouco mais.
Heróis se levantarão da poeira da obscuridade e das circunstâncias desprezadas, cujos nomes serão escritos nas páginas eternas da fama Celestial. O Espírito está pairando novamente sobre a nossa terra, como no amanhecer da criação, e o decreto de Deus está saindo: “Haja luz.” Irmão, irmã, se todos nós crermos em Deus, você entende o que aconteceria? Muitos de nós já não vivemos para outro motivo. Um volume de oração de fé está subindo ao trono dia e noite. Los Angeles, o Sul do Califórnia, e o continente inteiro, certamente logo se acharão no meio de um poderoso avivamento pelo Espírito e pelo poder de Deus.
Mais uma vez o vento do avivamento está soprando ao redor do mundo. Quem está disposto a pagar o preço e responder ao chamado para que, em nosso tempo, nós possamos viver dias de visitação Divina?”

(Citado no livro ‘The True Believers’ por Larry E Martin)

Pr. Paul David Cull





O que é Avivamento? Texto 2

6 05 2010

1. O que é avivamento  espiritual?

1.1. É o resultado da ação do Espírito na vida do crente, enchendo-o e habilitando-o para cumprir a vontade  do Senhor no seu contexto específico de vida. Tem, também a conotação coletiva de um movimento.

1.2. É resultado também da ação (permissão, ou submissão) do homem, no sentido de buscar santidade e de se deixar encher por Deus.

1.3. Acontece, normalmente em momentos de crise da igreja, seja por pecado, seja por apatia, desnorteamento ou por desobediência à sua vocação e missão.


2. O verdadeiro avivamento espiritual se caracteriza por:

2.1. Uma forte ênfase no conhecimento, obediência e proclamação da Palavra de Deus;

  • renascimento do amor pela Palavra leitura devocional e estudo individual, familiar, em grupos e na igreja;
  • renascimento do amor pelo Senhor da Palavra obediência;
  • renascimento da certeza sobre a Palavra fé e proclamação.

2.2. Uma forte ênfase na oração, como relacionamento íntimo e amoroso com Deus;

  • o renascimento do amor pelo Senhor leva à busca de sua intimidade, sua presença, seu conselho, sua vontade;
  • a oração como fortalecimento da alma o pulmão da alma;
  • a oração como a invasão do invisível exercício de fé;
2.3. Desabrochar dos dons espirituais, sem que isso provoque competições, comparações nem orgulho;
  • a busca explícita, coletiva e individual das habilitações, carismas e manifestações do Espírito de Deus, que nos equipa para sua obra;
  • o desabrochar dos ministérios, conseqüências daqueles dons, quando oferecidos em humildade, obediência e anonimato;
  • o desabrochar da felicidade de estar fazendo, por menor que seja o vaso, transbordar.

2.4. Eleição de Deus como centro de devoção;

  • uma progressiva descentralização de si mesmo, para concentração em Deus ;
  • uma descentralização da igreja e das coisas da igreja, para o Deus da igreja;
  • uma centralização de Deus, nas decisões, nos negócios, no ministério, no cotidiano, no fervor, no comer, no andar paixão.

2.5. Grande sensibilidade ética;

  • uma capacidade de distinguir o certo do errado proveniente do amor, e não do estudo de ética (esse pode até vir);
  • uma capacidade sobrenatural de responder a essa sensibilidade, com ações, reações e coragem;
  • uma capacidade de perceber injustiças acidentais, pessoais, estruturais e mesmo históricas e lutar por repará-las.

2.6. Transbordamento da comunhão e do compromisso comunitário com a Aliança e suas implicações;

  • crescente disponibilidade para as necessidades dos irmãos (respeitados os traços de personalidade);
  • crescente busca dos irmãos, numa manifestação de dependência e humildade;
  • crescente amadurecimento de compromissos tácitos, de motivação individual e anônima, que se materializam em presença, constância, fidelidade, fidedignidade, permanência, paciência, benignidade, bondade, altruísmo e serviço humilde.

2.7. Forte impulso evangelístico e amor pelas almas desvalidas (órfão, viúva e estrangeiro);

  • desabrochar do fervor evangelístico, movido pelo amor, e não apenas por um “ide”; fervor esse que rompe fronteiras, que fala, que exorta, que sofre, que chama, que explicita, que abre a Bíblia (como já não temos mais coragem de fazer), que passa por bobo mas que testemunha;
  • redescoberta de meios e estratégias adequadas para o evangelismo institucional, coletivo, eclesiástico, contextualizado, que dá complemento ao trabalho individual (cultos ao ar-livre, acampamentos, seminários, palestras, cruzadas, etc);
  • desenvolvimento de mecanismos de paternidade responsável: obstetras e pediatras trabalhando juntos.


2.8.
Crescente impulso à adoração e fervor;

  • uma nova alegria, um novo cântico, uma nova adoração, um novo compromisso, um novo espírito, uma nova exultação, uma nova sensibilidade para o mover do Espírito de Deus;
  • uma inusitada e crescente vontade de adorar, cantar, louvar (reconhecer Deus nas coisas do dia) orar; de submeter as coisas, os fatos e acontecimentos do cotidiano a Deus, nas conversas, no compartilhar, na comunhão, no culto e fora dele de uma igreja de orações para uma igreja de oração.Uma nova exultação pelo reconhecimento dos feitos de Deus;
  • um novo fôlego de afeição e confiança em Deus, que leva à adoração, à ousadia espiritual, ao dispender de tempo na pesença de Deus, à fé bíblica, aos dons, à misericórdia, ao perdão, à superação de limitações pessoais, relacionais; à superação do impossível, do impensável, do imponderável seja pela interveniência do milagre, seja pelo milagre da compreensão, discernimento, submissão e aceitação dos desígnios de Deus.

2.9. Forte ênfase na definição, ampliação e focalização da dimensão de missão;

  • rápido amadurecimento da identidade da igreja e do crente, individualmente, quanto ao seu papel no meio em que está; o amor acha seu próximo, acha meios, acha caminhos;
  • reavivamento de seu fervor e compromisso em relação a missões, sejam transculturais, sejam urbanas;
  • crescente compreensão do caráter da encarnação como símbolo do amor sacrificial que vai buscar o perdido onde ele está, para trazê-lo para o Pai.

2.10. Manifestação do fruto do Espírito, com ardente fervor, num misto (paradoxal) de ardor e humildade.

  • rápida “desestrelização” dos servos de Deus, desaparecimento da necessidade de aprovação para o exercício da piedade, da busca de aprovação institucional para o uso de dons e exercício de ministérios;
  • manifestação anônima, humilde e construtiva de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio;
  • crescente capacidade de aceitar a provação, a dor e o sofrimento, com humildade e resignação, como quem confia que não cai um fio de cabelo da cabeça sem que Deus consinta.E mais: a capacidade de exultar nas tribulações, sabendo que ela produz perseverança, onde há o Espírito de Deus; e a perseverança experiência; e a experiência, esperança.